“Emil Zatopeck foi um atleta solitário que acreditou no seu potencial. Autodidata, ele não aceitou os métodos impostos pelos treinadores da época que teimavam em lógicas concretas e antigas de preparo físico. Então ele mesmo criou o seu método, fez questão de ser diferente, de correr diferente, de pensar diferente. Fez do esporte uma arte, a arte de correr com tiques, trejeitos, caras e bocas, inventou essa coisa ainda não tentada por nenhum esportista da época, a da se mostrar moribundo nas pistas para ressuscitar na glória de chegadas fulminantes. Ele estava adiante do seu tempo, fez carreira e fez fama, e soube absorver como nenhum outro as emboscadas do destino. Inovação, revolução, criação de novos horizontes, a manutenção da luta renhida nos caminhos da vitória, essa são as lições que Emil deixou para o mundo do esporte. Se queremos progredir na carreira, penso eu, teremos que criar o nosso próprio espaço e o nosso próprio método. “
Álvaro Levadinha