Encontrei grandes incentivadores no início da minha carreira de consertador. O primeiro deles foi o Salvador da Irene, o professor Pardal do Morro do Grito. Ele era expert em colocar radiolas antigas para funcionar. Com ele aprendi a desmontar pequenos rádios que proliferavam entre os oleiros (trabalhadores que fabricavam tijolos). Salvador da Irene tinha uma prática absurda para desmontar rapidamente esses aparelhos. Pegava uma chave de fendas e ia apertando os componentes. Todos os componentes, segundo os seus conhecimentos, chamavam-se “minhaques”. Vez ou outra, e por sorte, um aparelhinho de um cliente funcionava:
– Que bom! Espantava-se o cliente. E o Salvador enchia os peitos:
– Tinha um minhaque quebrado aí. O conserto ficou duas pratas!
Nós – Trinta Anos no Ramo