| Login | Crie o seu Jornal Online FREE!

flor futura
Desde: 04/11/2003      Publicadas: 68      Atualização: 28/11/2018

Capa |  Civilização  |  Criação  |  crítica literária  |  pensamento


 Criação

  27/03/2005
  0 comentário(s)


LIVRO AFRODESCENDENTE

Poemas de temática afrodescendente.
Palavras-chaves: orixás – mitos iorubás – Oxum – Ogum – Omulu – Xangô – Iemanjá – O ser supremo na visão iorubana – Olorum – Oxóssi.

LIVRO AFRODESCENDENTELIVRO AFRODESCENDENTE







CANTO A OMOLU

Poema louvor ao orixá das epidemias
CANTO A OMOLU



Como Moisés quero pestes

e tempestades de gafanhotos



Quero caveiras

e corpos mofinos



a ira com inimigos

os faz necróticos



Sou o senhor dos cemitérios

Tenho por leito o frio granítico das lajes

e amo as estátuas de mármore



Sou rancoroso

e rabugento como minha mãe

mas sou prestativo

como um cão sarnento















Canto a Olorum

Poema-louvor a Olorum, o deus supremo na cultura yorubá
CANTO A OLORUM





Evocar o Criador


que vive no céu e acima dele


em todas as partes e em parte alguma


Sua grandeza não cabe em templos, altares


ou ocas


e é tão pequeno que está no orvalho


Sua voz é o trovão


Seu afago é o vento





Dispôs os campos


Ergueu Montanhas


Criou os rios


Plantou o capim





A chuva cai


e amacia o dia


doce frescor





Ele é o Escultor


O que sopra


Traz as estações


O mais antigo


O que se encontra em todo o lado


O grande oceano cujo penteado é o horizonte



















CANTO A IEMANJÁ

Poema-louvor a Iemanjá, senhora das águas e da maternidade.
CANTO A IEMANJÁ





Dos seios de Iemanjá


brotou rios para pescar


Do ventre de Iemanjá


nasceram todos os orixás





Vou mergulhar nas águas


profundas do mar


Suas tranças


são de algas


as algas verdes do mar


Vou lavar minh’alma





Iemanjá casou com Odudua


que na hora da lua


partiu para guerrear


Iemanjá pariu Orugã


O Senhor do Ar


No dia que a vê nua


Orugã quer namorar





Vou mergulhar nas águas


profundas do mar


Suas tranças


são de algas


as algas verdes do mar


Vou lavar minh’alma





Vou lhe reverenciar


com a pedra de Itá


bracelete de metal


e contas de cristal


é minha mãe Iemanjá


senhora das águas


Na calunga grande


estão seixos e conchas


corais e rochas


vou pular sete ondas





Vou mergulhar nas águas


profundas do mar


Suas tranças


são de algas


as algas verdes do mar


Vou lavar minh’alma





A oferenda anual


é de flor natural


colares, braceletes


tecidos, lenços de seda


perfumes, sabonetes


para minha mãe Iemanjá


odoyá! odoyá!










Canto a Oxum

Poema-louvor a Oxum, orixá do amor e das gestantes.
CANTO A OXUM





Os raios do sol


perfuram a cerração


em meio as árvores altaneiras





Próximo de uma palmeira


O rio corre cristalino


e cai na cachoeira





Negras se banham


nas águas claras


querendo ser parideiras


o instinto primitivo


as faz feiticeiras





Uma bela negra


farta de seios


e carnes


traz safiras, rubis


pulseiras, colares


È filha de Oxum


se olha no espelho


e borrifa perfumes


nos ares.


















AS BELAS ARMAS

Poema afro-zen
Quero possuir machados, espadas, agulhas, sabres, punhais e tudo o mais.


Quero enfrentar os leões do dia-a-dia


sem entrar na agonia


de não ter como respirar.


Vou buscar nos orixás


a força para continuar.


AS FERRAMENTAS DO SENHOR DOS CEMITÉRIOS

Muitas são as ferramentas de Omolu



algumas parecem rimar com Urubú


ele proporciona prazer feroz para seu peru.



CANTO A OXÓSSI





O caçador de tanga verde


traz o arco e a flecha


na sua elegância de atleta


domina os espíritos da floresta





Ele sorve o mel


doce néctar


sua oferenda predileta





As folhas da mangueira


farfalham


cantando sua leveza





Os jatis zumbem sobre brancas flores


O guerreiro descança à sombra da Oiticica


O irapuã recolhe seu ferrão


O aracati traz a maresia de Janaína


A buriti recende seus olores


Ogum é seu irmão














  Mais notícias da seção poesia no caderno Criação
28/11/2018 – poesia – ELEGIA PARA LEZADO
Tributo póstumo e fúnebre ao poeta e historiador punk Wilezado Ruas….
23/10/2018 – poesia – EXPERIMENTOS COM O TEMPO – CONCERTO Nº 1
Poema lírico onde o autor revela sua vontade e ânsia de auto-transcendência….
27/03/2005 – poesia – LIVRO NEGRO
Poemas de inspiração decadentista…
27/03/2005 – poesia – LIVRO ZEN
Poemas de temática orientalista…
19/02/2005 – poesia – JOÃO CABRAL
Metapoema em homenagem ao poeta João Cabral de Melo Neto…
18/02/2005 – poesia – FRESTAS
Livro de poesia…
11/05/2004 – poesia – SER FILOSOFO VERMELHO MANGA
Poema divagação…
11/05/2004 – poesia – SER FILOSOFO VERMELHO MANGA
Poema divagação…
22/04/2004 – poesia – O VASO
Poema zen e taoista…
22/04/2004 – poesia – NIBANA
Poema zen e taoista…
16/04/2004 – poesia – O DIA QUE IMPERADOR ADRIANO APOIOU UM FIlÓSOFO
Poema histórico e metafórico…
16/04/2004 – poesia – O DIA QUE O IMPERADOR ADRIANO APOIOU UM FILÓSOFO
Poema histórico e metafórico…
15/04/2004 – poesia – O PEIXE VERDE
Poema zen e taoísta…
14/04/2004 – poesia – O cha verde
Poema zen e taoista…



Capa |  Civilização  |  Criação  |  crítica literária  |  pensamento
Busca em

  
355 Notícias