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Opinião
— Iramar Maues —
Quais as razões que fazem com que o segmento de segurança privada seja uma atividade em constante crescimento no Brasil?
Em primeiro lugar, precisamos entender que vivemos em um sistema de produção capitalista, isto é, em uma economia de mercado, onde deve prevalecer a lógica do capital, onde tudo deve se transformar em mercadoria, isso inclui serviços que historicamente sempre foram prestados a sociedade de forma gratuita como por exemplo, educação, saúde e segurança pública. Com a educação, esse processo pode ser constatado com as inúmeras universidades e escolas de nível médio e fundamental espalhadas por todo o país. Em relação à saúde, temos as inúmeras empresas e seus mais diversos planos de saúde que nunca atende de forma satisfatória sua clientela, mesmo pagando valores exorbitantes. A segurança pública não fica atrás desse processo de abandono do Estado e de suas responsabilidades sociais.
Diante desse quadro de abandono da figura do Estado frente à segurança pública, caracterizando-se pela falta de investimento em equipamentos, armamentos, inteligência, efetivo, etc. Nesse contexto, cresce a violência e a criminalidade em todo país, deixando um clima de insegurança e de desconfiança nas nossas instituições e do sistema de justiça.
Sabemos que todas as mazelas da sociedade, fruto das desigualdades sociais, reflete diretamente nos altos índices de violência e criminalidade. O crescimento da violência que passou a ser um problema para nossos governantes e políticos, para o mercado, passou a ser mais uma oportunidade para ganhar dinheiro, com a entrada da iniciativa privada no setor de segurança pública, oferecendo serviços de segurança pessoal ou patrimonial.
Esse é um mercado em plena expansão, tendo muito ainda para oferecer aos seus clientes, em equipamentos de tecnologia e mão de obra cada vez mais especializada buscando atender os mais exigentes clientes. Provavelmente, esse será um mercado que cresce na mesma proporção em que o Estado se faz ausente, criando uma cultura de que o sistema de segurança pública não representa mais a força do Estado na defesa e na segurança das pessoas e de seu patrimônio.
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