OPINIÃO Geral – PARA QUE PRECISAMOS DOS ESTADOS UNIDOS? – Fiódor Lukianov, cientista político
Geral – A RÚSSIA EM XEQUE
No entanto, na sua ânsia de se mostrar amiga, muito amiga dos demais países capitalistas, desejando somente algumas fatias do bolo mundial (em troca, a Síria?) a Rússia corre o perigo de se tornar suspeita de fazer um jogo duplo. Aliás, jogo duplo faz parte do treinamento de espiões e Vladimir Putin foi coronel da KGB soviética.
Logo após a instalação dos mísseis defensivos S-400, que, segundo os russos, cobrem todo o território da Síria, aviões de Israel invadiram o espaço aéreo sírio e tranquilamente bombardearam um prédio onde havia uma reunião do Hezbollah, na capital Damasco, matando o líder libanês Samir Kantar. Ficaram duas perguntas, ainda não respondidas seriamente: 1. Qual o serviço de inteligência que indicou que Samir Kantar estaria naquele prédio exatamente na hora do bombardeio – o Mossad israelense ou o FSB russo? 2. Por que os S-400 russos não protegeram o espaço aéreo sírio?
Geral – FRANCISCO, O MIDIÁTICO APÓSTATA
Geral – ENTRE TARTUS E INCIRLIK A PAZ OU A GUERRA
“A Rússia resolveu se antecipar, desafiar o império. Preferiu uma estratégia quase oposta a da União Soviética que, assediada pela China por um lado e pelas forças da OTAN pelo outro, optou pelo defensivismo que levou à derrota e desintegração. Ao escolher a Síria como campo de batalha inicial, a Rússia se expõe e confronta o inimigo não declarado, que tem na Turquia, em Incirlik, a maior base aérea do Oriente Médio. Por seu lado, a Rússia reativou a sua base de Tortus, na Síria, e dali partem os ataques ao Estado Islâmico e outros grupos terroristas que combatem o governo sírio. Tortus está protegida pela frota russa do Mediterrâneo, navios e submarinos que a partir dali podem atingir, com seus mísseis, não só a Turquia como toda a Europa.”
Geral – A GUERRA TERMONUCLEAR COMO POSSIBILIDADE REAL – The Saker
Geral – O ATENTADO AO CHARLIE HEBDO E A ISLAMOFOBIA – Fausto Brignol
CULTURA Cultura – O acordo ortográfico e o futuro da língua portuguesa – MCA (A BIBLIOTECA DE JACINTO)
Cultura – CONVERSA COM O MEDO – Fausto Brignol

“Caminhava devagar, mas, por momentos, dava breves e esquisitas corridas em zigue-zague para depois parar, olhar pros lados e pra trás novamente, e continuar contando os passos lentamente como se observasse o chão onde pisava. Fiquei absorto a observá-lo. Nunca tinha visto algo parecido. Estaria bêbado? Quando ele chegou perto, tentei desviar, mas um dos seus movimentos bruscos tornou inevitável a colisão. Caí, mas me levantei rapidamente, enquanto ouvia ele dizer: “Desculpe, desculpe, eu não queria, foi sem querer, me desculpe, por favor, foi um acidente, não imaginei…”. Desculpei-o, e já ia continuar o meu caminho quando ele fez questão de me convidar para entrar em um café. Concordei e ele se apresentou.”
Cultura – POIS – Fausto Lima Brignol
Em defesa do Acordo Ortográfico, muitos intelectuais fisiológicos afirmam que se trata da evolução da língua que deve ser ratificada através das letras que a traduzem, o que, por certo, não respeita a verdade, pois não se pode considerar como evolução a destruição do sistema de ensino ou o curvar-se do Governo à ignorância generalizada ao ponto de prescrever que o assim denominado “português vulgar” ” uma forma cibernética de falar e expressar, resultado de gírias, anglicismos e palavras de baixo calão ” deve ficar no mesmo nível do que apelidaram de “português culto”, que nada mais é que a tentativa de falar e escrever corretamente, o que se torna cada vez mais difícil, visto que a massificação passa necessariamente pela midiatização do povo, pela alienação das pessoas e pela degeneração dos valores culturais, mas há aqueles que preferem aceitar passivamente todas as barbáries e todas as leis, mesmo as mais controversas e ridículas, e vemos que o AO90 promulgado por decreto é uma imposição dos governos interessados e não uma conseqüência da natural mutação da língua, o que pode ocorrer a cada século com uma ou duas palavras ou pouco mais, e é sabido que toda prescrição cultural exibe indícios de fascismo e nenhum povo pode ser considerado verdadeiramente livre quando até a ortografia da sua língua é resultado de cominação e coerção social.
Cultura – CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA CONTRA VINDA DE MÉDICOS CUBANOS
Cultura – A REVOLUÇÃO BOLIVARIANA
Geral – A IRMANDADE DA IMPUNIDADE – FAUSTO BRIGNOL
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TOQUES Geral – O frustrado golpe da CIA e o Estado Major – GABRIEL MOLINA FRANCHOSSI
“Segundo Madeleine Duncan Brown, amante de Johnson, em 21 de novembro o vice-presidente assistiu a uma festa privada na casa do magnata petroleiro de Dallas Clint Murchinson, onde Johnson disse uma frase enigmática: “A partir de amanhã esses malditos Kennedy nunca mais serão um problema para mim”. (5) O conhecido investigador Carl Oglesby sempre indicou Johnson como o mais beneficiado pelo crime e qualifica a reunião na véspera do crime como coordenação final do atentado, em sua obra The Yankee Cowboy War (A guerra do caubói ianque). A senhora Brown concedeu uma entrevista de 80 minutos ao autor Robert Gaylon Ross sobre seus 21 anos de relações com Johnson e as revelações que têm sido bastante ignoradas pela mídia. O principal suspeito é o diretor do FBI, J. Edgar Hoover, a quem Robert Kennedy considerava um chantagista, parceiro nos negócios de Meyer Lansky e amigo do gângster Frank Costello, através do qual ganhava apostas nas corridas de cavalos. Por isso negava a existência da Cosa Nostra; também estavam na festa Allen Dulles, ex-diretor da CIA, Richard Nixon, ex-vice-presidente, e os texanos John Connally, ex-governador do Estado, o milionário petroleiro H. L. Hunt; John J. McCloy, o general Charles Cabell e eu irmão, o prefeito de Dallas, Earl Cabell. Este último mudou, por sua conta, o percurso da caravana do presidente, o que facilitou a tarefa aos atiradores.”
Geral – A ESQUERDA DA DIREITA
Geral – O GOLPE ANUNCIADO E A TEORIA DO CAOS
Para maquiar o golpe e justificar a sua impureza usa-se a teoria do caos. Instalou-se em Curitiba uma espécie de Tribunal da Inquisição chefiado por um Grande Inquisidor que usa de todos os meios para amedrontar não só os políticos como qualquer cidadão brasileiro que não lhe agrade muito, utilizando meios que estão previstos em lei, mas claramente ditatoriais, como a prisão preventiva por tempo indeterminado, o que faz com que os inúmeros presos “confessem” tudo o que lhes for determinado, sob pena de apodrecerem na cadeia sem julgamento e sem culpa formada. Na verdade, é um tribunal que abriga em si o golpismo ao procurar deslegitimar a política e os políticos, provocando o caos institucional que favorece qualquer ação contra o governo, sob a desculpa de combater a corrupção. O povo está sendo manipulado pelos grandes meios de comunicação para aceitar e até apoiar o golpe anunciado, como se a troca de governo fosse resolver todos os problemas do país. A exemplo de 1964, e conforme disse Rubens Paiva no seu famoso discurso “O que se pretende é tornar este governo incompatibilizado com a opinião pública sob uma onda de mentiras e uma imagem deformada”. A grande diferença é que em 1964 o governo de João Goulart realmente estava fazendo grandes reformas estruturais que visavam uma pátria para os brasileiros e não somente para os latifundiários e empresários. Por isto, a direita entendeu necessário um golpe militar com o apoio da ameaça de invasão do exército estadunidense para a deposição de Jango. Agora, derrubar a assustada Dilma será uma questão meramente formal, que passará pelo Congresso e o Judiciário. A cumplicidade de Dilma Roussef com a direita, supostamente sob a pressão da mídia que a ameaça todos os dias, fazendo com que se torne uma presidente medrosa, amesquinhada, traindo todos os seus compromissos com o povo que nela votou é uma das maiores vergonhas que o país está assistindo. Dilma não só nomeou um ministério que não combate a suposta crise, mas a
Geral – O MEDO DE DILMA E OS ABUTRES DE PLANTÃO
A continuar assim, em breve veremos Dilma saudando os ataques genocidas de Israel à Faixa de Gaza, atacando o presidente Nicolás Maduro, da Venezuela, apoiando Raul Castro nas suas tentativas de fazer de Cuba um modelo de país capitalista, denunciando as guerrilhas latino-americanas e afastando-se do grupo BRICS, que se transformará em RICS, onde Rússia, China, África do Sul e Índia revelam brio e independência em relação ao império. Dilma está com medo, muito medo. Se não reagir imediatamente, o seu medo se transformará em realidade.
Geral – O IRMÃO MAIS MOÇO DE FIDEL CASTRO
“Resta saber o que acontecerá a Cuba, que se diz socialista e está aceitando o capitalismo. Talvez se transforme, a exemplo do Brasil, em mais um satélite dos Estados Unidos e, neste caso, a ALBA (Aliança Bolivariana das Américas), da qual Cuba foi inspiradora nos tempos de Fidel, estará ameaçada. O certo é que não podem coexistir dois sistemas políticos opostos em um mesmo país. Ou se é socialista ou capitalista, ou quente ou frio, os mornos hibridismos não se sustentam e tendem a formar estranhos monstros mitológicos. O irmão mais moço de Fidel Castro, a continuar nesse passo, ficará famoso por desconstruir tudo o que o Comandante (e outros verdadeiros comandantes) tentou fazer na ilha mais famosa do mundo, com o intuito de afastá-la do capitalismo e da barbárie.”
Geral – A QUADRILHA E O ASSASSINATO DE CELSO DANIEL
HISTÓRIA Cultura – 1893, A REVOLUÇÃO ESQUECIDA – FAUSTO BRIGNOL

A revolução federalista de 1893 é uma revolução esquecida. No Rio Grande do Sul fala-se muito sobre a Revolução Farroupilha e muito pouco sobre a epopéia dos maragatos. Quando se escreve alguma coisa sobre aquele momento da nossa História é somente para lembrar as degolas e assassinatos, algumas vezes exagerados ou mentirosos. Fala-se nos chefes, principalmente em Silveira Martins, que tem uma estátua, uma praça e um colégio com o seu nome em Bagé. Saldanha da Gama é o nome de uma praça de Pelotas. Deve haver mais homenagens, mas desconheço. Homens não são espaços públicos, estátuas ou nomes de ruas e de praças. Homens são o que eles fazem. Neste pequeno texto, apesar da escassa bibliografia encontrada, tentei pormenorizar os principais acontecimentos daquela revolução e, principalmente, desmistificar algumas lendas e mentiras “históricas”. Também tentei mostrar os homens que participaram daquela revolução sem o invólucro de suas máscaras míticas.
Cultura – A LENDA DA LAGOA DA MÚSICA
A degola, se de fato aconteceu, é atribuída a uma única pessoa: Adão Latorre, que era negro. Até hoje, em relatos e canções que aumentam a ficção, a cor da pele de Adão Latorre é salientada como fator subliminar que reforça o preconceito de cor, como se o fato de ser negro fizesse do degolador uma pessoa extremamente má. Não se diz: “Adão Latorre degolou”, mas “o negro Adão Latorre degolou”.
Aqui há uma falácia. É impossível que a responsabilidade da degola “-se existiu – seja atribuída a somente uma pessoa, um simples major de um exército revolucionário. Seria o mesmo que dizer-se que o pelotão que fuzila é o responsável direto pela morte do condenado. Se houve uma degola no Rio Negro, em novembro de 1893, o responsável principal teria sido o general Silva Tavares, Comandante em Chefe das forças revolucionárias. Em segundo lugar, o general David Martins, responsável pelos prisioneiros, e, em escala decrescente, todos os oficiais da coluna de David Martins, sendo que Adão Latorre teria sido o executor.
Cultura – SOFRENDO OS DRAMAS DA ALTITUDE – URDA ALICE KLUEGER
“Tão logo passamos a subir o frio se fez sentir, e toda aquela roupa de couro e de lã parecia pouca para o clima. Eu mascava as folhas de coca e respirava profundamente, decidida a ficar todo o tempo em cima daquela moto, mas era como se as coisas fossem se enevoando, e a todo o momento tinha que piscar forte para distinguir bem a paisagem. Naquela altitude o consumo de gasolina das motos carburadas aumentava muito, e penso que antes de 200 km de distância, quando atingimos o povoado de Imata, que estava a 4.172 metros de altitude (e, portanto, a uma altitude superior a La Paz), já estava sendo necessário o abastecimento.”
Cultura – O CALDEIRÃO QUE O DIABO ABOMINOU – por FERNANDO SOARES CAMPOS
“Há pouco mais de cem anos, bem no final do século XIX, ocorreu a Guerra de Canudos, quando, depois de algumas tentativas, finalmente tropas federais destruíram uma comunidade no interior da Bahia, matando seu líder, o beato Antônio Conselheiro, e milhares de resistentes, restando apenas alguns poucos idosos, mulheres e crianças.”
Cultura – ENTRANDO NO CHILE – por URDA ALICE KLUEGER, escritora.
Cultura – A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS – por JOSÉ SOLÁ, escritor português.
Antes existia País, feito de coisa pouca. Terra de gente vencida, conformada, feita de saberes tristes e de fomes pequenas. No Alentejo, na pequena cidade de Moura, os ganhões, (trabalhadores agrícolas contratados à jorna), sentavam-se no chão encostados à empena do mercado Municipal, porque corpo deitado aguenta melhor a fome. (…) Na madrugada tépida movimentam-se homens. Gente simples, modesta, feita de esperanças de vencer. Trazem armas mas não querem guerra, vêm por paz de ser, de viver, de não sofrer. Por balas trazem cravos que florescem nos canos, vermelhos do sangue que não se derramou. (…) (…) Portugal já não é, de novo, terra. É nome que se desconhece no mundo gigante, perdido na bruma de uma qualquer memória que leu algures que existiu em tempos” Portugal já não é, de novo, terra de gente”
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